RESPONSÁVEL
DATA DA ATIVIDADE

16/07/2022

RELATO POR

Raphael Santiago Silva

PUBLICADO EM

18 de julho de 2022

CATEGORIA

Surgiu um sonho.

Sábado, 16/07/2022, foi um dia especial pra mim. Realizei o sonho de escalar em Salinas.

Sonho este que surgiu no primeiro evento social do CEC que participei, que foi a Festa Junina, em Salinas, 2019. Havia acabado de entrar no clube e de terminar o CBM.

Fiquei maravilhado com aquele clima de festa e de montanha ornamentado pelos Pico Maior, Menor e Capacete. Completamente hipnotizado pelos Três Picos, nesta noite, sonhei, literalmente, escalar aquelas montanhas.

Agora vai!

Três anos depois, 2022, no Arraiá do CEC, primeiro grande evento do clube pós pandemia, conversando com o Luiz Eduardo (CBM 2020), após algumas boas doses de vinho, combinamos de fazer a CERJ no Capacete. Ele também ainda não tinha escalado em Salinas e compartilhava desse sonho. Mas com uma condição: eu teria que guiar tudo!! O Mateus Gouveia, que já havia ido uma vez, iria junto, então acesso a base da via e local de rapel estariam garantidos. Saímos do papo com data definida e combinada.

Pouco tempo depois, surge um compromisso pro Mateus na mesma data. Eu e Luiz então decidimos manter a missão e chamamos outro amigo que também nunca esteve lá, Fidelis Messias.

 

E agora, quem poderá nos ajudar?

Mas e agora? Como vamos saber o acesso da via e o local de rapel? É nesse momento que “entra no time” a Paula Caetano. Contamos nossa ideia e pedimos orientações e direcionamentos. Sem pestanejar, a Paulinha nos passou um dossiê completo, minuciosamente detalhado e didático. Com direito a fotos, croqui autoral e marcação de lances mais esquisitos. Não só isso, mandou também muito incentivo, energia e vibração.

 

Começou

Acordamos 3h da manhã, Luiz dormiu aqui em casa e buscamos o Fidelis no Rio Comprido as 3h45. Abastecemos e 4h partimos pra estrada.

Estacionamos o carro as 7h15 próximo ao PETP, pegamos as mochilas e iniciamos a aproximação 7h20. Após 1h20 de caminhada, as 8h40 chegamos à base da via. Lanche, café quentinho, equipamentos e partiu! 9h horas começamos a escalada.

Primeiro esticão: é rápido e fácil, tem um lance de 4º para chegar no primeiro grampo que dá para ser protegido em móvel, assim o fiz.

 

Segundo esticão: também é fácil, tem algumas colocações em móveis pra melhorar a proteção, mas não senti necessidade.

Terceiro esticão: foi, talvez, o que mais me “deu onda”. Inicia com uma pequena chaminé, que logo depois fiquei em tesoura para em seguida sair dela e seguir em agarras. Todo esse lance é exposto e só se costura no grampo, após a saída da chaminé.

Quarto esticão: começa seguindo uma fenda, tem um lance vertical classificado em 5 e protegido em móvel. Acho que me encaixei no lance e achei mais fácil que os 4sup da via hahahahaha. As colocações móveis são boas, então você consegue fazer sempre bem protegido, talvez isso tenha ajudado. Não lembro quais cam usei ao longo do esticão, mas o crux protegi com um cam 3 “Hiroshima”. BOMBA.

Quinto esticão: o esticão mais curto. Começa também com um pequeno lance de chaminé, costura um grampo e logo depois se chega no famoso platô do sorvete.

Sexto esticão: aqui começa a ficar mais técnico, com lances um pouco mais delicados, geralmente, estes mais perto do grampo, apesar da longa exposição.

Sétimo esticão: talvez um dos esticões mais “indigestos”. O início dele, que segue para direita, a exposição é longa, com trechos que “não podem cair”, mas fácil. Tem alguns lances mais esquisitos, mas estes tbm são perto dos grampos. Depois o esticão sobe e faz uma horizontal para esquerda, bem delicada, classificada em 5 grau. Porém, totalmente protegido, E1.

Oitavo esticão: todo o esticão é em artificial A0, foi o artificial mais fácil que já fiz, com chapa a cada metro. Ou em livre é um 6sup bem factível, não parece ser nada de “outro mundo”. Mas como é a oitava enfiada (estamos cansados) e o tempo é contado, o artificial acaba sendo mais rápido.

Nono esticão: aqui já começa a ficar costão, bem positivo. Tem apenas um grampo e para-se na dupla.

Décimo esticão: esticão final, longo, de 60m até a parada final, que já fica praticamente um platô. O esticão tem 4 proteções, mas só achei 2. Sem problemas, é tudo bem positivo.

CUMEEE!!!!

Ainda não terminou

Chegamos no cume aproximadamente as 16h45. Sol já se pondo, precisamos para partir acelerados pro rapel e conseguir voltar ainda de dia, sem margem para atrasos. Novamente, os betas da Paulinha se mostraram perfeitamente precisos e achamos rápido, sem ter dúvidas do local/via ideal pro rapel. Também seguindo o seu beta, fizemos um rapel curto meiando corda até a próxima dupla e depois fizemos mais 2 rapéis unindo corda, total de 3 apenas. Chegamos no chão por volta das 17h30 e nos desequipamos ainda com luz do dia. Fizemos um lanche e começamos a descer as 18h. Em 45min, 18h45 chegamos no carro. Sucesso total e sonho realizado.

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